1 December 2015

ESPERO SINCERAMENTE QUE NÃO

por anaveetmaya
Eu tenho andado tão abismada com tudo que vejo, sinto e intuo, que às vezes é difícil até para eu manter minha fé e positividade.
Em todos os ramos e profissões, nunca na minha vida encontrei profissionais tão ruins e tão sem ética, com completo desprezo pelo cliente e pela propriedade.
Numa era de modernidade, onde TUDO custa muito, tenho que brigar diariamente por serviços pelos quais pago caro , como por exemplo a velocidade de internet que pago por cem megas e recebo dez...
Para solicitar um reparo no registro de consumo de água da rua, preciso passar por um menu eletrônico extenso e aguardar vários minutos para explicar. O mesmo ocorre com qualquer serviço de telemarketing... Pelo menos, o trabalho de reparos da SABESP ainda me parece eficiente. Uma queixa que fiz pela manhã foi atendida no período da tarde. Pena que há meses só tenho água na madrugada... E quando chega, é barrenta, não posso usá-la para por nem no filtro. Assim, preciso comprar a água que bebo.
A luz pela qual pago uma fortuna, tem altas e quedas de tensão o dia inteiro e meus aparelhos ficam piscando sempre. Leia-se, danificando...
O telefone fixo é uma discussão interminável. Sempre que na rua algum técnico da VIVO vem consertar o fone de uma das casas, pelo menos duas outras ficam sem telefone...
Na rua que minha mãe mora, cinco casas estavam sem telefone. Compareceu um técnico por dia, para consertar um aparelho de cada vez. E ela, 76 anos, ainda aguarda o conserto há cinco dias... Eu aguardei dez...
As ruas completamente esburacadas. Calçadas idem. A fiscalização não é cumprida de forma alguma e quase não dá para ser pedestre.  Nem motorista.
Se você pedir a poda de uma árvore que oferece risco, aguarda muito tempo. Se for você mesmo podar, leva multa...
Você precisa andar a cinquenta por hora em todas as vias. Mas só que ao seu lado transitam milhares de carros em situação completamente irregular, espalhando fumaça e poluição sonora e correndo muito, colocando em risco a vida de todos e pouco se importando com multas. Afinal existe um movimento onde muitos, muitos, muuuuuitos estão com as cartas cassadas, carros sem licenciamento, sem pagamento de IPVA, sem pneus, sem nada, cagando e andando pras “otoridades”.
Eu me lembro que na minha adolescência, estava dando um selinho no meu namorado lá no Corinthians. O guarda foi até nós, nos maltratou e humilhou, dizendo que “aquilo” não podia lá. Mas hoje eu sou obrigada a conviver com o sexo explícito praticado nas ruas, calçadas, portas, minha porta e não posso falar nada, sendo acusado de careta, quadrada ou homofóbica. Sem contar o uso de drogas, qualquer uma, a qualquer momento do dia e da noite e em qualquer lugar, especialmente, se for nas imediações de alguma escola...
Cidade limpa? Só nas áreas centrais.
Onde existem faculdades e residências tentando conviver no mesmo espaço, o amontoado de lixo de todo tipo, garrafas de bebida, latas de bebida, papéis, etc, etc, etc, obrigam os moradores a colocar suas residências à venda...
No supermercado, o pão que eu pagava três agora custa sete. Mas meu salário de aposentada não subiu um tostão nos últimos dez anos...
Fala-se muito, nada se escuta e pouco se compreende.
Muitos falam em amor, mas vejo ódio nos olhares.
Tudo me parece tão superficial, pouco se aprofunda e, caso queira aprofundar um debate, te isolam, porque você tá querendo monopolizar a conversa ou dar sermão.
O meu ponto de vista é sempre o certo... Não se respeita o outro, não toleramos opiniões contrárias, praticamos a discriminação, o isolamento e o incentivo ao medo, no mesmo momento em que só falamos em inclusão...
Temos a tendência a generalizar tudo, não conseguimos por vezes analisar caso a caso, entender a opção de cada um, valorizar a oportunidade de aprender com o outro.
O meu não é melhor que o seu.
O seu não é melhor que o meu.
Eu não sou mais e nem menos.
Somos diferentes.
Seria tão bom que não julgássemos o outro. Todas as religiões falam isso. Mas só que nós acusamos e julgamos o tempo todo, exatamente o que faço nesse texto...
E já que julgamos, eu peço, por favor, julguemos o outro com a mesma justiça, a mesma tolerância, o mesmo carinho e compreensão que gostaríamos de ser julgados...
Vamos dar para o outro a mesma atenção, o mesmo respeito e consideração, a mesma oportunidade que gostaríamos que os outros dessem para nós.
Não sei  se é o fim do mundo... O armagedon talvez...
Não consigo ficar alegre pensando na lama que se espalhou em minas, no Espírito Santo, no Oceano... Não consigo me alegrar com as espécies desaparecendo, os humanos emburrecendo, a civilização naufragando.
Eu sei que depois do ápice o movimento natural é o declínio... Mas quando foi o ápice desta civilização? Passou e eu não vi?
Tempos em que canções tão antigas como Imagine de Lennon ainda são bandeiras.
Não aguento mais ouvir caminhando e cantando e seguindo a canção...
Não somos todos amigos.
Não somos todos irmãos.
Mas podemos nos respeitar e aprender atitudes necessárias para a evolução de todos nós e para a regeneração do planeta.
Não existem dores pequenas... Tudo é dor.
Mas enquanto acharmos que pimenta no cu dos outros é refresco, o mundo continuará descambando de mal pra pior.Espero sinceramente que não.

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