26 November 2018

APRENDIZ DO TEMPO

por anaveetmaya

O tic-tac
Me avisa
Que o tempo passa
Mas a saudade
Nunca passa.
Não passa
a lembrança
Do teu sorriso
Que iluminava
A minha alma.
Não passa
O azul
Do mar
Que teu olhar
Em mim refletia.
Não passa
O buraco
Que tua ausência
Em mim cavou.
E aprendiz
Sigo em frente
Seguindo os passos
Que juntos
aprendemos
a trilhar.

21 November 2018

TEMPO TEMPO TEMPO

por anaveetmaya
Hoje quando olhei pra minha netinha que acabou de nascer e já está batendo palminhas refleti sobre o tempo. Ontem eu levava minha filha nadar e agora levarei a netinha nadar no mesmo local. Há um hiato de tempo entre essas ações. Há vida e movimento. Mas o tempo nunca me esperou. O tempo não me esperou curtir e não me esperou sofrer. O tempo nunca parou para eu me recuperar da dor de quem partiu. E também não me esperou cuidar das minhas feridas pra tratar da ferida do outro. O tempo passou enquanto eu gemia de dor e passou enquanto eu vivia alegrias. O tempo não quer saber se tem goteira no telhado. Para o tempo não lhe interessa saber se eu tenho dinheiro pra consertar a batida no carro, pagar a conta de água, luz e o condomínio. O tempo quer que se danem as brigas de relacionamento, o desamor, a solidão ou o contentamento. O tempo simplesmente passa. E eu ainda me pergunto: - Quem sou eu? Sinto que algo mudou. Dizem do meu lado que foi o tempo. Mas estou certa que fui eu.
(anaveetmaya)

ANTES SÓ QUE MAL ACOMPANHADA

por anaveetmaya


Hoje eu acordei pensando em quanta merda nós mulheres fazemos em nome do "amor".
No meu tempo nós éramos criadas para o casamento e para ser mãe.
Assim, quando completávamos dezoito anos já batia uma dúvida: - Num tô namorando aínda! Será que vou ficar pra "titia"?E pra não ficar pra titia, muitas casavam com o primeiro que aparecia, sem conhecer nada sobre a vida, nem sobre o amor, nem sobre o sexo ou sobre si mesmas.
Eu cresci ouvindo as histórias contadas a boca pequena sobre as "amantes" dos meus tios.
Eu percebia na entonação de voz das minhas tias que se confidenciavam com minha mãe e minha avó, que o assunto era sério e doloroso.
E também não entendia direito o porquê da minha mãe e minha avó sempre me alertarem para nunca ficar sozinha com certos "homens" bonzinhos que adoravam fazer carinhos nas menininhas.
Eu cresci vendo as mulheres da família e as da vizinhança, casadas com homens que pareciam vikings suados e oleosos, gritavam, bebiam, batiam nelas e elas choravam. Mas elas ficavam em casa cuidando dos filhos.
Aos sábados, reunia-se na casa da minha avó, a irmandade feminina! 
Eram risadas, confidênciais, batom vermelho e os bobs da minha tia, que só podia fumar quando estava no meio da irmandade. Na frente do marido jamais. E ela era a primeira que ia embora. Tinha que chegar em casa antes dele pra fazer sua "saladinha".
Tinha os conselhos da outra tia, a única mulher da irmandade que participava dos campeonatos de carteado onde só os homens podiam participar. Mas ela jogava melhor que todos. Então ela podia jogar porque ganhava dinheiro extra pra casa. 
Ainda lembro de minha avó lavando a roupa de meu avô, pendurando e escovando os ternos lindos que ele usava para sair sempre sozinho, à noite.
E ela ficava sentada em sua poltrona na sala, placidamente fazendo crochê, enquanto ele passeava lindo, leve e solto.
Fiquei sabendo da história de uma tia que nunca mais transou com o marido, porque ele a proibira de ter e dirigir um carro.
Naquele tempo as mulheres "castigavam" o marido, negando-lhe o sexo.
Alguns maridos aceitavam o castigo como um aval para buscar consolo nos braços de outras. Mas isso tudo era um jogo, eu percebia. Minhas tias não sabiam o que era prazer e provavelmente nunca tiveram um orgasmo. E meus tios, todos eles, tinham outras na rua. Era a sociedade que dava o aval. E a mulher não queria transar com o marido. Era chato, era cansativo. Era obrigação. Muitas se confessavam apenas usadas. E não gostavam disso.
Os homens queriam a esposa pra mãe dos seus filhos. O desejo, a paixão, o fetiche, a satisfação era na rua.
E a mulher?
A mulher era mãe.
Cuidava da família.
Cozinhava.
Lavava e passava roupa.
Cuidava das bebedeiras do marido...
E não se ouvia falar em separação.
A palavra desquite não fazia parte do vocabulário da família.
E ninguém suporia que um dia existiria a palavra divórcio.
Naquele tempo a mulher cuidava dos filhos e dos cuidados da casa. O homem trabalhava fora para sustentar a família. 
Não era usual uma mulher se queixar do marido. 
Muitas choravam abafando o choro no travesseiro.
Meu pai era sapateiro e minha mãe sempre trabalhou com ele.
Com esforço ele montou sua fábrica de sapatos artesanais.
Ficou anos estabelecido mas faliu.
Aí minha mãe assumiu as rédeas e virou a provedora e foi trabalhar fora. 
Início dos anos 70.
De lá pra cá, quase cinquenta anos se passaram mas aínda vejo mulheres que vivem como nos anos 60.
Os assuntos do passado, as dores do amor ainda existem e se parecem.
Muitas mulheres ainda não tem orgasmos e são tímidas para procurar ajuda.
Outras ainda preferem a segurança de um casamento sem amor, só pra não ficarem pra titia.
Algumas se submetem a práticas sexuais que não curtem, só pra atenderem seus maridos e se manterem casadas.
Conceitos e preconceitos ainda dominam o mundo. Mas só que hoje, a mulher goza!
Hoje homens e mulheres falam sobre o poliamor. 
A monogamia é uma possibilidade.
A fidelidade é um acordo.
E hoje, há informação para tudo!
Mulher pode trabalhar fora. 
O homem pode ficar em casa com os filhos. Homem pode casar com homem. 
Mulher pode casar com mulher.
Hoje tudo é muito mais explícito neste mundo de meu Deus.
Se você está infeliz, se está vivendo uma relação abusiva, informe-se, busque ajuda. Faça qualquer coisa mas caia fora dessa! Valorize-se. 
Cuide de sua integridade física, mental e espiritual!
O mundo de fato mudou 
A minha avó já dizia: - Antes só que mal acompanhada.
E eu concordo. 
(texto: Antes só que mal acompanhada, por anaveetmaya)

11 November 2018

CONSCIÊNCIA JÁ!

por anaveetmaya


Nada na vida é eterno. Tudo tem um começo, um meio e um fim.
A melhor forma de desfrutar a vida é usufruir o melhor de cada momento.
Contudo, nós humanos, queremos controlar, deter, possuir.
E por essas nossas qualidades menos nobres, sofremos outros males físicos, mentais e espirituais.
Eu não conheço nada mais legal nesta vida do que ter consciência.
É vital que eu me conheça. Que saiba minhas qualidades, que tenha metas para evoluir e dissolver em mim o que já sei que não é legal.
É bom a gente dar chances para o novo.
É bom a gente refletir e encontrar a própria solução, analisando, criticando, deixando fluir a nossa sabedoria e nos desapegando do que é aparência, do que não é nobre e nem vital.
A sociedade nos doutrina o tempo inteiro e é útil para a sobrevivência do planeta que vivamos em sociedade.
Mas gosto de lembrar os exemplos dos grandes mestres: Moisés escalou a montanha e lá ficou dias aguardando as “luzes” e as “tábuas dos mandamentos”; Jesus se retirava pra meditar no deserto;  Mestre Mikao Usui saiu em longa peregrinação solitária antes de receber os símbolos do Reiki; Gandhi entrava em meditação profunda e jejuava toda vez que necessitava de respostas e/ou impactar a sociedade a sua volta.
Por isso é necessário que saiamos da cena mundana quando em vez e busquemos as respostas no nosso eu-profundo. Porque somos criados a imagem e perfeição do nosso criador. Assim, todas as respostas estão aqui dentro, basta eu saber acessar.
Assim, sentimentos de posse, cobiça, inveja, ciúme, maldade, não combinam com nosso ser eterno e com certeza irão retardar a nossa evolução.
Quando desenvolvemos maior consciência, nos libertamos dos padrões impostos, descobrimos e nos tornamos mais fiéis aos valores que são eternos e que beneficiam a nós e a toda humanidade, ficamos mais seguros, mais serenos, humildes  e LIVRES.
Portanto, vamos aproveitar a majestade de cada momento que nos é doado, com graça, gratidão, virtude e serenidade.
Vamos sorrir para os ventos que sopram. Porque os ventos não destroem sempre... Eles limpam os terrenos do pensamento, para novas ideias mais fraternas e amorosas surgirem.
Um abraço fraterno neste aqui-agora.
Sua amiga e eterna buscadora anaveetmaya