10 April 2013

O PÃO

por Ana Veet Maya


Ainda me lembro daquele tempo
Em que bem jovem
Corria atrás dos sonhos
E tomava banho de cachoeira.

O forno a lenha
Aquecia minha inspiração
E eu cantava livre e solto
Sem medo do amanhã.

Eu acreditava na magia
No poder da bondade
Na arte de ser bom
E tudo parecia possível.

Pendurei meus sapatinhos
Nas janelas do futuro
E ainda hoje parece que aguardo
Com a cara estatelada no vidro.

Será que ele um dia chegará?
Será que merecerei o presente?
Será que atenderá meus pedidos?
E esperando eu contemplo o além.

O céu é azul e a alma é clara.
A mente é serena e o fogão está aceso
Um cheiro de pão caseiro inunda o ar
E a felicidade tem gosto de pão-de-queijo.

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