22 April 2013

IMPOTÊNCIA

por Ana Veet Maya

O vento soprou aquela nuvem
pra tão longe, tão longe de mim.
O mar de Maresias era tão claro.
A mexerica não tem mais gosto
nem tampouco os seus beijos.
As rugas não cessam.
É o tempo que não para...
Não posso voltar ao princípio 
quando apenas uma gelatina vermelha
adoçava todo o domingo.
Quis mudar o quadro de lugar
Mas não tampei o furo da parede...
A água continua escoando
pelas frestas do pensamento...
E ainda que eu tente
Por mais que eu queira
encher esse balde,
a água sempre se esvai
e só segue o rumo que ela quer...
E eu, sempre a mesma romântica e louca
queria tanto mudar tudo
mas não posso mudar nada...
O passado se foi e nada posso fazer
(embora quisesse...)
Acho que é isso
o que eles chamam impotência....

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