10 September 2023

O TEMPLO DO REI

Há mágica. 
Aventuras no caminho.
Há carinho e encantamento 
Abraços e boas vindas.
Frio. Calor e gentilezas.
Há riqueza.
As madeiras, as latas, os pregos, parafusos, ferramentas e tijolos, indicam construção.
Há criação!
As escadas se ajuntam e podem te levar a qualquer canto.
Para onde você quer ir?
Os degraus te convidam a subir e explorar.
Inovação.
Possibilidades.
Há verdade!
Para onde você olhar, você encontrará a história. 
A honra e a glória de várias culturas, vários tempos. 
Tudo para você destrinchar. 
Perceber as sutilezas e a grandeza desta alma que confia e se desnuda para mim.
Entre! Eu permito...
Os troncos se cruzam e protegem a entrada do templo.
Há que se ter olhos sábios para se enxergar os segredos da alma que cria, que ousa e inventa.
Transformação.
Um relógio do coelho da Alice aqui.
Um sofá Luis XV ali.
Eclético e exótico ambiente que expressa eclética e exótica mente.
Evolução.
Aberturas.
Possibilidades.
O perfume vem do maracujazeiro. Folhas e frutos desenham arabescos no ar e emolduram o contorno do jardim.
Sombra e luz.
Banana, uva, fartura, esperança.
É a minha criança que enxerga a fonte e um horizonte todo azul, onde habitam duendes e elfos, fadas e bruxos.
Realidade e fantasia.
Porque a magia atrai mais magia.
E o fogo ilumina o corredor de lanças que conduzem ao abismo planejado. Uma ponte que une os templos.
Há que se transitar com cautela.
Há que se andar devagarinho.
A segurança existe.
A mão apoia.
A voz orienta e guia.
Uma janela. Um vitral. Mais cores na sombra que desenha a noite.
Expectativa.
Entradas e saídas.
Portas que abrigam vidas e cura.
Progresso.
A luz convida.
Há vinho e alegria.
Há espelho, realidade e compreensão.
Há ação!
Há luxo de acabamentos, pisos, paredes, tijolo à vista, arandelas e candeias, lustres e luminárias, lâmpadas e velas que fazem a imaginação viajar pelo tempo.
É o estúdio do artista.
É a vida que ostenta a arte que se derrama e se expõe em cada minúsculo objeto que compõe o ambiente.
Renoir. Michelangelo. Leonardo da Vinci. Talvez um Picasso?
Ele é um artista.
Eu sou Alice no país das maravilhas.
Agora sou a rainha do Castelo.
A alcova é sedutora.
A cama é um mistério. 
Conforto. 
Bom gosto.
Descanso. 
Luxuria.
Contrastes brilhantes materiais que indicam a inteligência e a complexidade do espírito.
O pé do quarto é alto. 
Muito alto. 
Há ar. 
A alma do artista necessita de espaço para sonhar.
O faraó está construindo sua pirâmide. Precisa do ouro e valoriza a traça e o escaravelho.
Aqui reina o evangelho e a cabala...
Solidão.
Silêncio.
Compreensão.
A emoção da descoberta.
É possível compartilhar um segredo, avançar, confiar.
A alegria das almas que se entendem e somam, respeitam, descobrem novos caminhos, novos templos e outras orações... 
Há tempo para ouvir. 
E sossegar. 
Há tempo para novas viagens. Aprendizagem.
A clarabóia do mezanino leva ao céu.
Mas você tem que querer.
Você quer?
Você me aceita como eu sou?
Algumas almas que se atreveram a subir e aceitaram o convite, se elevaram. Outras caíram. Paciência.
Há progressos até na queda...
A escada é forte. 
Mas não há proteção de corrimões e certezas.
Porque a vida flui em abundância e correnteza.
Não quero a lógica que escraviza.
Eu quero a verdade.
Vejo portas e poltronas que indicam que este é o templo do rei.
Eu admiro, agradeço e aceito o prazer desta viagem.

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