11 November 2015

VIDA PACÍFICA A TODOS OS ANIMAIS

por Ana Veet Maya

Minha mãe diz que eu mudei ... Que bom!
Fui criada num lar onde se respeitava a natureza, especialmente as plantas.
Neta de portugueses rígidos, animais sempre foram tratados como animais, não havia essa humanização que vivemos no presente.
Os animais de estimação comiam os restos dos humanos, dormiam no quintal e sua função era proteger os donos e a moradia.
Meu pai era sapateiro e minha mãe o ajudava nas vendas. Nunca quiseram animais, porque pra eles, criar dois filhos já era difícil.
Eu só consegui ter o meu primeiro pet quando me casei a primeira vez. O Tico e o Teco que o Sebastião trouxe da rua...
Gatos são muito independentes e livres. Naquele tempo não tínhamos essa noção do perigo por  nossos gatos viverem livres entre nossas casas e a rua.
Todos meus gatos desapareceram...
Quando minha filha tinha treze anos, ganhou de presente um Dashum, o Toy, cachorrinho lindo mas um capetinha desde sempre.
Hiperativo, neurótico, maluquinho de tudo, mordia a mão que o alimentava... Mordeu todos nós, em várias partes do corpo... Só não mordeu o meu marido e foi do lado dele que morreu velhinho.
Eu trabalhava em três empregos. Saia de casa às cinco e meia e voltava às 23:30. E mais três filhos pra dar atenção...  Assim, dei para o Toy o amor e a atenção que pude. Mas ele não era minha prioridade zero.
Desde os dezoito anos vivi casada, sempre acompanhada, casa cheia.
Tudo na vida passa e meus casamentos também passaram... Desde 2008 comecei a viver sozinha e foi aí que meu crescimento acelerou.
Meus mestres de a a z, em todas as filosofias que aprendi, louvam o autoconhecimento, o viver só, o ter-se consciência do ser, do estar, do conviver.
Viver só nos ajudar a deixar de ser uma semente e a desabrochar.
Comecei a valorizar mais a natureza e todos os reinos.
A valorizar ainda mais o amor e a presença de uma companhia amorosa ao meu lado.
E, nesse momento de aprendizagem, meus aliados principais foram os animais.
Aprendi a me comunicar com eles de coração a coração, olho no olho, amor com amor.
E entendi que embora nasçamos sós e iremos partir sós, não precisamos viver sempre sós. A convivência é sábia mestra. Aprendemos a amar mais abnegadamente, completamente, amor puro, sem esperar retribuição nunca.
Os animais são nossos protetores fiéis. A alegria doce e pura que esquenta nosso coração e nosso cotidiano. O estímulo que nos faz querer viver e praticar o bem.
Nossos animaizinhos são nossos anjos da guarda materializados. Antenas que nos protegem de energias nefastas. A presença do Deus vivo no nosso lar.
Com certeza, convivendo com os animais, aprendi e expandi minha consciência, entendi melhor meu lugar neste mundo.
Para uma mulher que cresceu sempre amparada por uma família forte               e maridos protetores, viver só foi um desafio.
Foram meus gatinhos Temaki e Matilda que agasalharam meu coração nos momentos de solidão que foram muitos...
Viver sozinho é um ensinamento valioso. Mas conviver em sociedade é mais valioso ainda. Porque não é fácil aprender com a diversidade...
Eu entendo um eremita. Entendo uma freira que se isola para orar pelo mundo... Mas penso que estar sozinho é muito mais simples do que viver interagindo... É muito mais simples manter-se espiritualizado e com o coração puro, no alto de uma montanha...
Quero ver é ser bom, bondoso e pacífico, convivendo com todos numa cidade infernal como São Paulo, por exemplo.
E assim, refletindo, estudando, meditando, fui aprendendo com minha nova fase de vida onde os animais sempre ocupam um lugar de destaque.
Com eles aprendo a humildade de servir e servir bem.
Com eles aprendo sobre as alegrias mais puras, simples e gratuitas.
Com eles aprendo a abençoar muito mais a vida.
A alegria com certeza nos faz crescer. Mas se soubermos crescer com a dor, isso é inigualável.
Cuidando de minha bulldog Balu desde 2012, aprendi o cuidado abnegado, carinhoso, presente.
E sei que Deus vai me dar forças para agradecê-la a cada dia. E quando ela partir, continuarei a amparar todos os bichinhos e todos os seres que necessitarem do meu amparo.
Você meu leitor querido, espero que possa aprender algo com meu relato.
Apenas adote um animalzinho, se você tiver condições físicas, materiais, mentais e espirituais para ampará-lo.
Seres puros e de luz, todos os animais, precisam de uma chance para viver e brilhar, cumprindo sua missão de espalhar o amor e alegria por onde passarem.
O amor de um animal é um bálsamo que cura qualquer ferida.
Vida longa, saudável e pacífica a todos os animais!

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