Nas sombras conversamos com nossos medos e mergulhamos no nosso infinito.
As palavras que se calam gostam do conforto do escuro.
As lágrimas correm quando escondidas pela ausência de luz.
O escuro é misterioso e abre um leque de possibilidades.
E aquele móvel vira um moinho.
E o moinho vira as asas de Pégasus.
E alados e protegidos pelo véu do misterioso, voamos rumo ao nada.
E nada se compara a quietude do escuro.
Nosso corpo descansa e nossa energia se renova.
Nossos ouvidos e todos nossos sentidos ficam mais aguçados.
Lá longe, o som do pássaro no ninho, aconchegado com sua família.
O bater das folhas ao vento. Folhas do coqueiro, primaveras floridas, folhas de papel amareladas pelo tempo e pelo desuso.
O carrilhão marca meia-noite.
O vento sopra pungente e aviva chamas em extinção.
As incógnitas se acalmam, as dúvidas viram apenas possibilidades de novos caminhos.
As sombras me libertam e minha visão aprofunda.
Lá no fundo a calmaria do azul.
Há paz.
O bater tranqüilo de meu coração.
Há vida.
O amor é o farol que me guia nas sombras.
A tocha que acende minhas esperanças.
Que o manto aveludado das sombras me cubra e me leve para o além.
E a máscara da noite cerrará meus olhos cansados e libertará minha alma sedenta.
No escuro todas as coisas são um. Quando os olhos não podem diferenciar, quem sou eu e quem são os outros?
ReplyDeleteEu sou eu, eu sou todos, porque somos TODOS UM, meu querido amigo Artur.
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