25 November 2015

O FRESCOR DO NOVO TEMPO

por anaveetmaya

Agradeço ao Pai, ao Filho
e ao café...
Agradeço o requeijão
E as dores pequenas
Grata pela empada
E pela espada que não me feriu
Agradeço o choque
E o chic de dançar nua.
Obrigada Senhor pelo banho
E pelo sonho
De doce creme que escorre.
Obrigada ó Pai pela fala
E pela olhar
Que cego, sempre me poupa...
Obrigada pela roupa
E pela tinta,
Grata pelos amigos
E os artigos de luxo,
Importados do porão.
Obrigada pelo Sertão,
Pela seca e pela fome,
Obrigada pela mesquinharia
De quem se sente importante.
Obrigada pelo gigante
Que em mim o sono desperta
Obrigada pela fresta
Que descansa meu olhar sereno.
Obrigada pelo insulto
E pelo indulto de Natal...
Obrigada por todo mal
Porque mal também é bem
Obrigada pela fortuna
E também pelo vintém
O bem que nasce da mente
Também magoa e erra...
Obrigada por esta terra.
Pela lama e pelo ar
Obrigada pelo choro e pela vela
Obrigada por essa guerra
Que me faz sorrir para a vida
Obrigada pela ferida
E pelo peito que expande
Obrigada pela lágrima
E pelas que cairão
Obrigada por tua mão
Que me conduz inconsciente
Pela consciência do meu ser
Que jura ter se esquecido...
Obrigada pelo grito
E por toda jura de amor.
Obrigada pelo calor
E pelo frio que me congela
Obrigada pelas quimeras
Que me tiraram da ilusão
Mas me ensinaram a magia
De persistir a cada dia
No frescor do novo tempo.

Amém

21 November 2015

AVENTURA

(Ofereço hoje para você, querido Edison)
Aventura
Eduardo Dusek

Vi seu olhar
Seu olhar de festa
De farol de moto
Azul celeste
Me ganhou no ato uma carona pra lua

Te arrastei
Estradas, desertos
Botecos abrindo e a gente rindo
Brindando cerveja
Como se fosse champanhe

Todos faróis me lembram seu olhos
Durmo a viajar entre lençóis
Seu corpo fica a dançar
No meio do nosso jantar
Luz de velas

Aventurar por toda cidade
A te procurar
Todos lugares
Pintam ciúmes na mesa de um bar
Mas você sente a começa a brincar
Diz : Fica frio, meu bem, é melhor relaxar
Palmeira no mar

ATENÇÃO

Ai as tristezas, as tristezas... todos nós passamos e desabafamos "falando" sobre elas. 
Mas podemos fazer DIFERENTE! 
Que tal falar sobre nossas ALEGRIAS? 
Isso não é ser alienado ou bobo alegre. 
Isso é dar uma chance para a "chance"... 
Juntos COM ALEGRIA somos mais fortes. 
SOMOS TODOS UM! 

11 November 2015

VIDA PACÍFICA A TODOS OS ANIMAIS

por Ana Veet Maya

Minha mãe diz que eu mudei ... Que bom!
Fui criada num lar onde se respeitava a natureza, especialmente as plantas.
Neta de portugueses rígidos, animais sempre foram tratados como animais, não havia essa humanização que vivemos no presente.
Os animais de estimação comiam os restos dos humanos, dormiam no quintal e sua função era proteger os donos e a moradia.
Meu pai era sapateiro e minha mãe o ajudava nas vendas. Nunca quiseram animais, porque pra eles, criar dois filhos já era difícil.
Eu só consegui ter o meu primeiro pet quando me casei a primeira vez. O Tico e o Teco que o Sebastião trouxe da rua...
Gatos são muito independentes e livres. Naquele tempo não tínhamos essa noção do perigo por  nossos gatos viverem livres entre nossas casas e a rua.
Todos meus gatos desapareceram...
Quando minha filha tinha treze anos, ganhou de presente um Dashum, o Toy, cachorrinho lindo mas um capetinha desde sempre.
Hiperativo, neurótico, maluquinho de tudo, mordia a mão que o alimentava... Mordeu todos nós, em várias partes do corpo... Só não mordeu o meu marido e foi do lado dele que morreu velhinho.
Eu trabalhava em três empregos. Saia de casa às cinco e meia e voltava às 23:30. E mais três filhos pra dar atenção...  Assim, dei para o Toy o amor e a atenção que pude. Mas ele não era minha prioridade zero.
Desde os dezoito anos vivi casada, sempre acompanhada, casa cheia.
Tudo na vida passa e meus casamentos também passaram... Desde 2008 comecei a viver sozinha e foi aí que meu crescimento acelerou.
Meus mestres de a a z, em todas as filosofias que aprendi, louvam o autoconhecimento, o viver só, o ter-se consciência do ser, do estar, do conviver.
Viver só nos ajudar a deixar de ser uma semente e a desabrochar.
Comecei a valorizar mais a natureza e todos os reinos.
A valorizar ainda mais o amor e a presença de uma companhia amorosa ao meu lado.
E, nesse momento de aprendizagem, meus aliados principais foram os animais.
Aprendi a me comunicar com eles de coração a coração, olho no olho, amor com amor.
E entendi que embora nasçamos sós e iremos partir sós, não precisamos viver sempre sós. A convivência é sábia mestra. Aprendemos a amar mais abnegadamente, completamente, amor puro, sem esperar retribuição nunca.
Os animais são nossos protetores fiéis. A alegria doce e pura que esquenta nosso coração e nosso cotidiano. O estímulo que nos faz querer viver e praticar o bem.
Nossos animaizinhos são nossos anjos da guarda materializados. Antenas que nos protegem de energias nefastas. A presença do Deus vivo no nosso lar.
Com certeza, convivendo com os animais, aprendi e expandi minha consciência, entendi melhor meu lugar neste mundo.
Para uma mulher que cresceu sempre amparada por uma família forte               e maridos protetores, viver só foi um desafio.
Foram meus gatinhos Temaki e Matilda que agasalharam meu coração nos momentos de solidão que foram muitos...
Viver sozinho é um ensinamento valioso. Mas conviver em sociedade é mais valioso ainda. Porque não é fácil aprender com a diversidade...
Eu entendo um eremita. Entendo uma freira que se isola para orar pelo mundo... Mas penso que estar sozinho é muito mais simples do que viver interagindo... É muito mais simples manter-se espiritualizado e com o coração puro, no alto de uma montanha...
Quero ver é ser bom, bondoso e pacífico, convivendo com todos numa cidade infernal como São Paulo, por exemplo.
E assim, refletindo, estudando, meditando, fui aprendendo com minha nova fase de vida onde os animais sempre ocupam um lugar de destaque.
Com eles aprendo a humildade de servir e servir bem.
Com eles aprendo sobre as alegrias mais puras, simples e gratuitas.
Com eles aprendo a abençoar muito mais a vida.
A alegria com certeza nos faz crescer. Mas se soubermos crescer com a dor, isso é inigualável.
Cuidando de minha bulldog Balu desde 2012, aprendi o cuidado abnegado, carinhoso, presente.
E sei que Deus vai me dar forças para agradecê-la a cada dia. E quando ela partir, continuarei a amparar todos os bichinhos e todos os seres que necessitarem do meu amparo.
Você meu leitor querido, espero que possa aprender algo com meu relato.
Apenas adote um animalzinho, se você tiver condições físicas, materiais, mentais e espirituais para ampará-lo.
Seres puros e de luz, todos os animais, precisam de uma chance para viver e brilhar, cumprindo sua missão de espalhar o amor e alegria por onde passarem.
O amor de um animal é um bálsamo que cura qualquer ferida.
Vida longa, saudável e pacífica a todos os animais!