9 October 2011

AONDE VOCÊ QUER CHEGAR?

por Ana Veet Maya
Seguindo a solicitação da leitora Lígia Duarte, vamos hoje conversar sobre a sabotagem.
Aquela sabotagem contra nós mesmos, para que um projeto que dizemos desejar, não vá para frente.
Por exemplo: você decide fazer aquela dieta, começa com o maior entusiasmo.
Elimina seis quilos e “tá firmona” e se sentindo revigorada.

Naquela tarde, encontra o seu ex que ainda ama, ele já com outra, finge que nem te viu...
Pronto! Bastou ser ignorado, sentir-se rejeitado por um instante e já vai correndo pra doceira e compra a bomba de chocolate mais calórica...

Que sabotagem é essa?

Bem, desde pequenininhos aprendemos a nos proteger e buscar nossos oásis emocionais.

Nossa herança genética ao lado da nossa criação, as coisas que aprendemos desde nosso nascimento, nossas formas de interação com o mundo, os jeitos que descobrimos e que deram certo para nos sentirmos felizes, reconhecidos, vivos, gratificados e cheios de prazer. Tudo isso foi formando padrões de comportamento.

Quando não nos sentimos felizes com nossas ações e reações e queremos mudar, primeiramente teremos que descobrir quais são os mecanismos que utilizamos para nos proteger.

O cardápio de “mecanismos de defesa” está aí para amparar o nosso ego.
Em certos momentos dizemos querer muito algo, mas desistimos no meio do caminho. Aí falamos pra nós mesmos:
- Não! Eu não queria isso não! Nem era um bom projeto. Eu seria infeliz fazendo aquilo...
Esse é o mecanismo da RACIONALIZAÇÃO.
Você se sente impotente, amedrontado, muitas vezes sem a coragem e a ousadia pra enfrentar o novo projeto e prefere fingir, "racionalizando! que ele não era mesmo tão legal...
E continua no velho padrão.
Afinal, o velho padrão é muito mais seguro e exige bem menos de você...
É o que chamamos de mecanismo das “uvas verdes”. Como na fábula. A raposa tentou demais pegar as uvas apetitosas. Como não conseguiu, falou que não queria mesmo, porque as uvas estavam verdes...

Tem aqueles momentos que você quer demais namorar aquele gato. Faz de tudo pra chamar-lhe a atenção e não consegue de forma alguma. Sente-se péssima e rejeitada.
Aí, vai ao shopping e gasta todo seu salário em roupas e badulaques. A cada compra, sente-se mais e mais feliz. Esse é o mecanismo da “compensação”.
É o mesmo mecanismo que faz você comer uma barra de chocolate inteira, cada vez que se sente feia ou rejeitada.

Muitas pessoas parecem ser imunes aos desejos da carne... Muitos, com certeza, fazem uso do mecanismo conhecido como "sublimação".

Eu poderia aqui ficar discursando sobre todos os mecanismos que utilizamos para nos sentir mais felizes e equilibrados. Mas vou direto pro final e lhe respondo:
- Conheça-se!

Fique consciente dos jeitinhos que sua “mente” aprendeu para ludibriá-lo.

Os hábitos que desenvolvemos e nos mantém presos à nossa realidade, se desejarmos de fato, podem ser mudados.

Mas para mudar um padrão, primeiro de tudo precisamos ter consciência dele!

Depois, ter vontade e coragem para mudar.

E depois, muita disciplina e perseverança.

Porque as quedas existem.
Mas poderemos sempre levantar, superar, perdoarmos as nossas fraquezas e prosseguirmos rumo às mudanças que nos propusemos.

Se estamos há anos condicionados a realizar algo de uma mesma forma, para mudar, precisamos estar muito firmes da nossa decisão.

Se essa firmeza e vontade não estão tão definidas, qualquer “sabotagem” acontecerá com muita facilidade.

Ficamos arrumando mil desculpas e normalmente colocamos a culpa da nossa falta de êxito no outro. Necessitamos de culpados para proteger o nosso ego.

Interpretaremos por vezes o papel da “vítima”.

Outras tantas, o papel do “herói”.

Somos mesmo umas cebolas, cheios de máscaras de auto-proteção, camadas protetoras que não nos permitem conhecer a nossa essência.

Então o caminho é ir pro “fundo”.

Meditar.

Buscarmos a nossa naturalidade.

Buscarmos o desprendimento. O desapego. A valorização do que já somos.

A importância do “ser” e não do “ter”.

Aceitarmo-nos com nossa grandeza e fraqueza.

Aceitarmos todas as possibilidades e abrirmo-nos para as mudanças.

Vencer a preguiça.

E continuarmos a caminhar, mesmo depois de tantas quedas.

Porque ninguém vai seguir o seu caminho.

Só você é quem sabe onde mesmo quer chegar.

Aonde você quer chegar?


(pesquise mais sobre o tema MECANISMOS DE DEFESA e sempre que possível, procure a ajuda de um profissional da área, um psicólogo, um psicanalista, um terapeuta, um educador)

2 comments:

  1. Caminhando e amando, Ana Amor. :-D

    Agradeço ;-)

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  2. Meditar é bom d+!
    Sabotagem consciente - às vezes dou dessas, hehe.

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