27 November 2009

CECÍLIA MEIRELES


" . . . Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.              Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.  (A ARTE DE SER FELIZ - Cecília Meireles )

23 November 2009

SILÊNCIO

por Ana Veet Maya
Eu não quero este clarão.
Não quero a luz que me cega
Deixa-me apenas calada
Entregue às brisas sutis
Da solidão que me cerca.
Dá-me somente a poesia
Das frestas escondidas na sombra
Das teias secretas tecidas
Na mente dos que nada querem.
Dá-me apenas silêncio
Veludo acalenta e acalma
O toque sereno do negro
Esfria e cura minh'alma.


(poesia resposta)
Deusa do Amor Sem Fim...
Luís Rocha


Aos relâmpagos e clarões
No deserto da escuridão fria
Dessas tristes noites vadias
De extravagante beleza
Dar-se-ia sinais de amor
Ao vento sul
Suor, gemidos e sussurros
Emoldurando a imaculada imagem
Da incessante paisagem
Presa à engenhosa memória
Desfazia-se em múltiplos orgasmos
Lindos corpos sob o céu opaco
Sacudindo dentro de si a exuberante sensação do porvir
O voyeur enfeitiçado com a louca desenvoltura
Da fascinante mulher madura
Suplicou aos seus pés
Leve-me para seu esconderijo
Dê-me sem freios e com abundante saliva
Sua língua quente pelo meu corpo aflito
Alimente o meu desejo de vê-la por mais uma vez despida
Cheia de sedução como a lua....
Tu és a definição exuberante da beleza feminina
Curvas que queimam a imaginação dos amantes e delirantes poetas,
Elaborando o orgasmo sem fim...
Dentro dos alicerces sutis
Das insaciáveis alcovas sem vozes.
Cheirando a perfume de flores jasmins.
(visite a página de LUÍS ROCHA : http://www.myspace.com/luiscezar )